Localização da camada Pré-Sal

Localização da camada Pré-Sal
Camada Pré-Sal

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Desde 1970 sabe-se da existência do Pré-Sal.

Apesar da história atual em torno do pré-sal, a discussão sobre sua potencialidade não é nova. Desde meados dos anos de 1970, os geólogos da Petrobras apostavam na existência de um “mamute” de petróleo na camada – forma como são chamados os campos gigantes pelos especialistas –, mas não dispunham de tecnologia adequada para sua prospecção.





E hoje é a  mais nova fronteira de exploração petrolífera brasileira, que poderá fazer do país uma grande potência do petróleo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Linha do Tempo sobre as descobertas do Pré-Sal


No final da década, em 1979, a empresa conseguiu perfurar poços que alcançaram o pré-sal na bacia de Campos, mas as descobertas confirmadas não foram significativas.

As expectativas de se encontrar uma considerável quantidade de petróleo após a camada de sal ressurgiram com mais força em 2005, com o anúncio da descoberta do megacampo de Tupi, uma reserva estimada pela Petrobras de 5 a 8 bilhões de barris de petróleo.

2005
Agosto - Encontrados os primeiros indícios de petróleo no pré-sal na Bacia de Santos, no
bloco BM-S-10 – Parati.


2006
Julho - Encontrada uma jazida de óleo leve no bloco BM-S-11 – Tupi.
Outubro - Divulgados os resultados do teste no poço primeiro poço perfurado no BM-S-11 – Tupi.


2007
Março - Encontrada uma jazida de óleo leve na seção pré-sal do campo de Caxaréu, na Bacia de Campos.
Junho – Encontrada uma jazida de óleo leve na seção pré-sal do campo de Pirambu, na Bacia de Campos.
Setembro – Encontrada uma jazida de óleo leve no bloco BM-S-9 – Carioca.
Novembro – Conclusão das análises no segundo pólo do bloco BM-S-11, Tupi, que indicou volumes recuperáveis entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural.
Dezembro – Encontrada uma jazida de óleo leve no bloco BM-S-21 – Caramba.


2008
Janeiro – Encontrada uma jazida de gás natural e condensado no bloco BM-S-24 – Júpiter.
Maio – Comprovada presença de óleo leve no bloco BM-S-8 – Bem-Te-Vi.
Junho – Encontrada jazida de óleo leve em outra região do bloco BM-S-9 – Guará.
Agosto – Comprovada presença de óleo leve em outra região do bloco BM-S-11- Iara.

2009
Maio- Início do Teste de Longa Duração no Campo de Tupi e a extração do primeiro óleo na Camada Pré-Sal.




Origem da Camada Pré-Sal

 Tudo começou com a separação dos continentes Sul-Americano e o Africano, ocorrida há mais de 100 milhões de anos, em virtude das forças de convecção causadas pelo resfriamento do magma, as placas tectônicas começaram a se afastar, provocando fraturas entre esses dois continentes, o que permitiu o acúmulo das águas da chuva, dando origem a grandes lagos de água salobra e quente (devido a atividade vulcânica); e como esses lagos eram fundos e tinham baixo nível de oxigenação, foram sendo transformados em depósitos de matéria orgânica. Então os continentes continuavam se afastando lentamente e a matéria orgânica foi se misturando a sedimentos que iam sendo depositados, como argila, areia, calcário; o que deu origem a uma grande camada de rocha sedimentar porosa, na qual o petróleo iria se formar.
Com o afastamento ainda maior das placas, as águas oceânicas invadiram o lago e depois com a evaporação dessa água, devido às condições de pressão, temperatura, formou-se uma espessa camada de sal, cerca de 2 mil metros de espessura, que cobriu o depósito de matéria orgânica. E soterrado abaixo da rocha e da camada de sal, a matéria orgânica sofreu enorme pressão, transformando-se no petróleo da camada pré-sal.






quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Característica do petróleo encontrado no Pré-Sal

A quase 7 mil metros de profundidade, o óleo dessas áreas é bem mais puro: sofreu pouca ação das bactérias, que dificilmente sobrevivem à temperatura local de mais de 100 ºC.

O petróleo da camada pré-sal é mais leve do que o petróleo encontrado no restante do Brasil, como o petróleo da Bacia de Campos, geralmente considerado petróleo pesado. Assim, o petróleo leve, como óleo da camada pré-sal, é estratégico para o Brasil, pois:


(I) é mais fácil de ser refinado, produzindo uma porcentagem maior de derivados finos;

(II) tem menos enxofre, poluindo menos quando é refinado;

(III) portanto, é comercializado por um valor maior no mercado internacional.

Os produtos derivados de petróleo com maior valor agregado não são necessariamente os combustíveis, mas sim os outros produtos duráveis e semi-duráveis resultantes do refino de petróleo. Os subprodutos do petróleo incluem desde produtos inflamáveis, solventes, fertilizantes, agrotóxicos, produtos farmacêuticos, materiais sintéticos, tintas,, solventes, detergentes, vernizes, borracha sintética e plásticos (polímeros), dos quais se destacam os policarbonatos, poliuretanos, polipropileno, PVC, PET.
 
Obs: Quanto mais leve o óleo, maior o grau API(American Petroleum Institute) e mais valioso é o óleo no mercado, em função dos derivados obtidos. Sobre o grau API do óleo da camada pré-sal está por volta de 28° .

Política de exploração do PRÉ-SAL / Projeto de Lei da Câmara (PLC) 309/09 (Nova lei do petróleo)

Autoriza o Poder Executivo a criar a Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A. ; PETRO-SAL, vinculada ao Ministério das Minas e Energia; estabelece regime jurídico e atribuições dessa nova empresa:
  • Indica formas de financiamento
  • Determina que ato do Poder Executivo aprove o estatuto;
  • Impõe a obrigatoriedade de criação de um Conselho de Administração, de uma Diretoria Executiva e de um Conselho Fiscal na estrutura
  •  Prevê a adoção da Consolidação das Leis Trabalhistas como regime de pessoal da PETRO-SAL;
  • Prevê a necessidade de concurso público para a contratação de pessoal pela PETRO-SAL;
  • Autoriza a PETRO-SAL a contratar pessoal por tempo determinado, em casos excepcionais e mediante processo seletivo simplificado.


Em fevereiro de 2010, os parlamentares aprovaram o relatório e o texto base do projeto que institui e define o Fundo Social que se apropriará dos recursos advindos de sua exploração. O Fundo destinará seus rendimentos exclusivamente para educação, tecnologia,  combate à pobreza, cultura, pesquisas e meio ambiente.
A única proposta do pré-sal aprovada integralmente na Câmara até o momento foi o PL 5939/09, que cria a Petro-Sal, estatal para gerenciar todos os contratos de exploração e produção de petróleo e de gás na área do pré-sal sob o novo modelo de partilha proposto pelo governo. Esse projeto já está no Senado.
Segundo o líder do governo deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), a votação de nove medidas provisórias que tramitam na Câmara acontecerá posteriormente à votação das propostas do pré-sal.

O último projeto do Executivo sobre o pré-sal que estabelece novas regras de distribuição dos royalties (veja abaixo o que significa) foi aprovado na noite desta quarta-feira (10/03/2010) na Câmara dos Deputados por 369 votos a favor, 72 contra e duas abstenções. O projeto foi aprovado com a chamada “emenda Ibsen”, que impõe uma nova distribuição dos royalties para que todos os Estados e municípios, independente de serem produtores ou não, recebam segundo as regras dos fundos de participação dos municípios (FPM) e dos Estados (FPE).

A maior polêmica estava na emenda, que ficou conhecida como “emenda Ibsen”, de autoria dos deputados Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) e Humberto Souto (PPS-MG), que impõe uma nova distribuição dos royalties – tanto dos contratos de concessão quanto os do pré-sal, para que todos os Estados e municípios recebam segundo as regras dos fundos de participação dos municípios (FPM) e dos Estados (FPE). A proposta da emenda é que 50% dos recursos sejam destinados à União e a outra metade seja repartida com todos os Estados e municípios, incluindo os não produtores.

Impacto Ambiental X Extração do petróleo no Pré-Sal

Os impactos ambientais potenciais da indústria petrolífera são variados, sendo mais conhecidos da população aqueles associados aos vazamentos nos petroleiros e terminais de petróleo, que provocam a contaminação e degradação ambiental de mares e praias. Entretanto, outros impactos ambientais são inerentes à atividade, que pode provocar: alterações da qualidade da água e contaminação de sedimentos marítimos, interferência com rotas de migração e período reprodutivo de catáceos, quelônios, sirênios e grandes pelágicos; interferência em áreas coralíneas, manguezais e na atividade pesqueira artesanal.

“O principal problema que enfrentaremos será a transferência do monóxido de carbono retido na camada pré-sal por milhões de anos, em escala geológica, para a superfície.”





Jules Marcelo Rosa Soto, geógrafo e professor
da Universidade do Vale do Itajaí (Univali).
Em entrevista à Gazeta do Povo, o professor Soto, que é geógrafo doutorando em Zoologia Mari­nha e fundador e curador geral do Museu Oceanográfico Univali (Movi) e do Ecomuseu Univali (Ecou), ambos da Universidade do Vale do Itajaí (Univali), fala sobre as perdas ambientais imensuráveis com a exploração em larga escala da camada pré-sal.

De imediato, o processo de exploração poderá abafar o nosso comprometimento com a busca e o aprimoramento de energias alternativas, que dependem inteiramente de alta tecnologia. Essa nova realidade influenciará as mais variadas esferas, mas, principalmente, a cabeça de nossos representantes políticos.


No decorrer da exploração, o principal problema que enfrentaremos será a transferência do monóxido de carbono retido na camada pré-sal por milhões de anos, em escala geológica, para a superfície. O que significa uma grande quantidade de carbono – principal responsável pelo aquecimento global – liberada na atmosfera em poucas décadas.

Além disso, os ecossistemas marinhos, em diversos locais, estarão em maior risco. A poluição gerada pela exploração do petróleo gera prejuízos à biodiversidade marítima, à pesca e ao turismo.

Certamente estas questões são bem maiores do que qualquer derrame massivo ou crônico no processo de exploração, causada pelas empresas petrolíferas.

Quando se fala em exploração petrolífera em alta escala não existe ecossistema privilegiado. O ambiente como um todo será impactado. As refinarias são em terra, os caminhões cruzam to­­das as estradas, os plásticos são espalhados pelos locais mais improváveis e o vento e as cor­­rentes passam por todo o planeta.

Os Desafios encontrados para a exploração do pré-sal / Petrobras fará até ilha artificial para explorar o pré-sal

Os desafios quanto a exploração da camada pré-sal são inúmeros, dentre eles podemos destacar os desafios tecnológicos, gerenciais e logísticos, proporcionais à profundidade, distância do continente (300 km da costa), magnitude e características especiais das jazidas de hidrocarbonetos do pré-sal.

A exploração e produção do pré-sal vai exigir uma revolução logística da Petrobras. Os principais campos da empresa, atualmente na Bacia de Campos, estão localizados a uma distância entre 120 e 150 quilômetros da costa, e os poços de exploração do pré-sal estarão, em geral, a uma distância ente 200 e 300 quilômetros. Por isso, serão necessários novos investimentos em infraestrutura para que a operação no mar tenha o máximo de autonomia possível.


"Estamos diante de circunstâncias totalmente diferentes das conhecidas", diz o gerente-geral da unidade de serviços de transporte e armazenagem do setor de Exploração e Produção da Petrobras, Ricardo Albuquerque. "Como os campos são gigantes e distantes, isso leva a um planejamento distinto daquele já conhecido."

Apesar das muitas incertezas, há dados preliminares suficientes para planejar. Já está definido, por exemplo, que a estratégia envolverá o modelo de "hub" (termo em inglês que significa ponto de conexão) para três itens específicos.

Um é a adaptação do que já ocorre na Bacia de Campos, para a distribuição de óleo diesel às unidades marítimas da Petrobras. Atualmente, os navios-tanque ficam atracados em zona próxima às diferentes plataformas alimentando, "no varejo", as necessidades do óleo combustível de cada unidade, explica Albuquerque. A ideia do "hub" de diesel nasceu dentro da Petrobras especificamente para a Bacia de Campos e hoje já são três os navios-tanque na região. A empresa entendeu que a concepção de "hub" adotada no caso do óleo diesel será usada no pré-sal de forma ampliada. Isso leva aos dois outros itens, que são os fluidos químicos e passageiros.

Na perfuração e produção dos poços, são necessários fluidos específicos para se manter a produtividade dos poços. São elementos que resultam da operação e que devem ser processados quimicamente e reinseridos nos poços. Hoje, isso é feito no continente, mas a ideia da Petrobras é adaptar um navio-tanque com os elementos necessários a essa operação.

O desafio tecnológico para isso é grande, pois se trata de uma infraestrutura que nunca foi levada ao mar. Roberto Ramos, da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), acha que a solução pode ser a construção de uma plataforma fixa para operar os fluidos, porque são necessários equipamentos de compressão complexos e torres acima de 60 metros.


É no sistema de transporte de passageiros, porém, que a Petrobras prepara a grande novidade logística para o pré-sal. Hoje, apenas na Bacia de Campos, a empresa transporta 10 mil passageiros por mês (ou 20 mil, contando ida e volta). No Sul e Sudeste, o transporte chega a quase 60 mil passageiros por mês. A ampliação e construção de bases aeroportuárias já está nos planos. No entanto, para o pré-sal está planejado também um ponto de interconexão no meio do mar.

Para baratear esse transporte, a estratégia é a criação de unidades marítimas que servirão como estações intermediárias. Será um meio de caminho onde os passageiros chegam por meio de uma lancha ultrarrápida para, de lá, pegar helicópteros de médio porte rumo ao seu destino final. No entanto, esse projeto também carrega diversos desafios tecnológicos.

O primeiro refere-se a manutenção dos helicópteros, explica Albuquerque. É mais eficiente fazê-la em terra e à noite. Portanto, eles teriam de ser trazidos de volta ao continente diariamente. Na primeira e na última viagem do dia, portanto, seria possível que alguns passageiros não tivessem de passar pelo "hub" de transbordo marítimo - que poderá ser mais de um, dependendo do ritmo de exploração e da distância entre os poços.

A dificuldade maior é fazer essa viagem agradável ao passageiro, de forma que ele mantenha sua capacidade de trabalho ao chegar ao destino final. Para isso, a Petrobras encomendou à americana Lockheed Martin um modelo de lancha específico para as suas necessidades, com espaço para 150 pessoas. A empresa já fornece embarcações similares para empresas que exploram campos no golfo do México, no território americano. O projeto já vem sendo desenvolvido pela empresa para a Petrobras por mais de dois anos, para a Bacia de Campos. Agora terá que ser adaptado para o pré-sal.

Segundo Albuquerque, é relativamente fácil ter uma lancha rápida com pouca movimentação, para evitar enjoo dos passageiros, mas a grande dificuldade é montar uma estrutura no mar em que, parada, a lancha não balance demais e seja firme e grande o suficiente para os helipontos. É ainda necessário que ela torne rápida a mudança de meio de transporte. Essa estrutura flutuante, com nome técnico de "gangway", é chamada pelos funcionários da estatal de "ilha artificial".

Um modelo que vem sendo desenvolvido confidencialmente por uma empresa tem uma forma similar à de uma rampa, com uma escada articulada - como aquelas de caminhões de bombeiros. "São vários modelos de 'gangways', mas todos os existentes mostram dificuldades principalmente em dois pontos: segurança e agilidade no transbordo", explica Albuquerque. Por isso, a necessidade de desenvolvimento específico. A empresa também planeja que a "ilha artificial" possa servir como escala ou mesmo permanência por um tempo de passageiros que trabalhem em diferentes plataformas.

Apesar da inovação, Albuquerque diz que não se tratam de projetos suntuosos financeiramente. "A simplicidade é o destaque e a meta é reduzir custos." No caso dos navios-tanque de diesel a solução foi simples e barata, porque foram adaptados navios ociosos da Transpetro. A lancha não será mais cara que a média das 165 embarcações que a Petrobras já possui.



fonte: http://www.tnpetroleo.com.br/clipping/3821/petrobras-fara-ate-ilha-artificial-para-explorar-o-pre-sal